sábado, 10 de outubro de 2009

Por Portugal

Este espaço surgiu da necessidade que sinto de dar voz ao futebol que vejo. Não a esse futebol que todos comentam, de truques e fintas, craques e vedetas, árbitros e dirigentes. Mas ao que está por detrás desse espetáculo que todos amamos, mas que poucos se esforçam por compreender. Foi sempre isso que me motivou. A estratégia, a tomada de decisão, o trabalho invisível que é, no fundo, aquilo que conduz uma equipa ao sucesso ou ao abismo.

Passei algum tempo a pensar como começar a escrever aqui. Pensei em algumas formas eufemísticas, que hoje estão muito na moda, de dizer aquilo que sinto sobre o futebol em Portugal. Os catedráticos do futebol, que ocupam tempos de antena infinitos e que inundam os media no nosso país, são mestres nisso. O problema é que expremida toda a sua demagogia, o resultado é nulo.
Também podia ter utilizado a técnica da maior parte dos políticos, que sem nada de novo para dizer, se desdobram em campanhas sempre com o mesmo recurso à crítica destrutiva e ao insulto aos adversários na corrida camaleónica pelo poder. Felizmente preso bastante mais os meus principios e o meu gosto pelo futebol, do que esses srs. pelas pessoas que deviam representar.
Ao contrário destes, sinto que sobre o futebol há muito por dizer. Assuntos pelos quais a imprensa, formatada e monotónica, influenciada e corruptível, não se interessa. Não falo sequer dos dirigentes, talvez os maiores responsáveis pelos males do nosso futebol.

Mas a minha visão do futebol não é cinzenta, como até aqui poderia parecer. Como alguém disse, o futebol é o único desporto capaz de juntar um país, de dar cor à vida das pessoas e de separar famílias e amigos.
É esta alegria que temo deixar de ver nos estádios, onde tomam lugar os clubismos irracionais ou um tamanho vazio de ideais e uma necessidade de extravasão das angústias do dia-a-dia.
Para combater esta crise, vejo agora uma renovada aposta de algumas equipas no futebol espetáculo. Valorizando cada vez mais os níveis exibicionais, os golos, a festa e estabelecendo um novo diálogo com os adeptos. É assim que vejo o aparecimento de jovens treinadores nos principais escalões do futebol português. São eles que têm levado a esta mudança e à lufada de ar fresco que sinto atravessar a maioria dos adeptos.

Há ainda muito a mudar. Grandes lutas a travar, algumas internas, as quais têm que partir de dentro dos clubes. Mas outras que nos cabem a nós, adeptos, começar. A primeira é já hoje. Pondo de lado os cepticismos, as discordâncias com o seleccionador, os orgulhos desmedidos e puxando todos pelo mesmo, por PORTUGAL!

Um bem-haja a todos aqueles que guiam o seu calendário pela festa do futebol!

FR

Sem comentários:

Enviar um comentário