terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Denominador comum

Já há bastante tempo que observo com atenção a migração crescente de pérolas africanas para os principais campeonatos do velho continente. Este é um tema que me interessa sobremaneira.

Tudo começou, quando em 1993, o francês Jean-Marc Guillou viajou para a Costa do Marfim para treinar o ASEC de Abidjan, um clube que na altura vivia uma grave crise económica. Guillou decidiu criar uma academia de futebol em parceria com este clube, para tentar ultrapassar a crise. Começou então por organizar campanhas em vários pontos da cidade para atrair jovens jogadores para as camadas de formação do clube. Os sucessos apareceram e em 2000, pela primeira vez, o ASEC exporta dois talentos para a Europa (Aruna e Zokora). Foi aqui que tudo começou.
Com o sucesso destes jogadores na liga belga, o Beveren decidiu estabelecer um protocolo com o ASEC. Este protocolo deu frutos e em 2004 o Beveren jogou a final na taça da Bélgica contra o Anderlecht com 10 costa marfinenses no onze, numa equipa onde pontificava, por exemplo Eboué.

Hoje em dia, olhando para as grandes equipas europeias, todas elas têm jogadores africanos, que aos poucos têm substituido os jogadores brasileiros como denominador comum nestes colossos europeus.

Mas como em tudo na vida, há o outro lado da história. O daqueles clubes (principalmente franceses e belgas) que todos os verões trazem um avião cheio de jovens africanos, aos quais alimentam o Sonho. Como é óbvio não há lugar para todos e aqules que sobram, acabam por ficar mas sem ter um caminho definido e levando a outros problemas sociológicos que também me interessam muito mas que não vou aqui falar.
Felizmente é cada vez mais raro ouvir noticias destas, ao contrário dos projectos de academias de futebol em África. Jean-Marc Guillou, entretanto, já criou mais duas (terceira em projecto) academias. Uma Madagascar e a outra na Tailândia. Ao que consta, também Norton de Matos, está envolvido num projecto deste género em Dakar, Senegal.

Resta-me expressar a admiração que tenho pelos jogadores africanos em geral e pelo contributo que têm dado ao futebol europeu de que tanto gostamos.

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Die rigting van die wêreld

Rumo ao mundial!

Grupo da morte. Foi assim que, com maior ou menor concenso, denominaram o grupo onde ficou inserida a nossa selecção. Pode muito bem ser por aí que Portugal entra a ganhar neste mundial. Aliás dada a nossa infalivél tendência para o sofrimento e apatia crónica quando tudo parece a nosso favor, este grupo pode muito bem ser um bom presságio para o que o mundial pode dar.

Apesar dos nomes, o grupo não é tão forte como se diz. Isto não significa que não seja complicado, bem pelo contrário. Isto porque há excepção da Coreia, uma incógnita, todas as selecções parecem com capacidade para se equivalerem nos jogos a disputar. A Super Selecção africana da Costa do Marfim vai ser osso duro de roer. Como provou no mundial 2006. Nessa altura conseguiu o apuramento pela primeira vez, mas por azar ficou num grupo com Argentina, Holanda e Sérvia.
Ouvia há dias um comentador dizer que a Costa do Marfim era uma selecção de um homem só. Este senhor, das duas uma, ou não sabe contar ou anda a leste do futebol europeu. Porque uma selecção que tem eboue, kolo e yaya toure, romaric, zokora, keita, kalou, baky e arouna kone, entre outros não é, em definitivo, uma selecção de um homem só.

Quanto ao Brasil, apesar da humilhação que sofremos há uns meses, creio que é uma selecção mais fraca comparativamente às selecções que participaram nos últimos mundiais. Não em termos ofensivos, porque aí o Brasil, como não poderia deixar de ser, tem os melhores jogadores do mundo. Mas no meio campo defensivo e defesa, o brasil deixa muito a desejar. Não em nomes, porque brasileiros bons de bola há aos pontapés. Mas a segurança defensiva, com dunga, nunca convenceu. Penso que é por aqui que Portugal tem que pegar. Segurar o ataque do adversário e tentar explorar as suas debilidades. Mas com Queiróz ao leme, estou descansado em relação à forma como Portugal vai abordar os jogos.

Portugal fez um apuramento sofrível, mas ganhou uma equipa. Queiróz pegou em nada e construiu uma base para o futuro. Dificilmente o teriamos conseguido com outro treinador. Agora no Mundial tudo é possível, e em terras africanas temos que mostrar mais uma vez o espírito lusitano.

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tristeza

Tristeza não é o sporting perder mais pontos. Tristeza não é o sporting voltar a jogar mal. Tristeza não é ver jogadores a envergar a camisola do sporting que nem na II liga têm lugar. Para mim tristeza é ver como perante a situação criada com a saída do Paulo Bento, o sporting não reaje, não se mexe, nada! Mais uma vez, um total vazio de ideias, de criatividade, de garra!
A desculpa da falta de dinheiro já não serve. Hoje em dia a falta de dinheiro não justifica o insucesso. Quando não se tem dinheiro é ainda mais urgente ter capacidade para fazer diferente, para criar, para inovar. No futebol, comprar barato é possível. Com a pequena nuance de ser preciso um vasto conhecimento do mercado. Coisa que o sporting não tem.

É triste ver a administração do sporting, um bando de inúteis acomodados e ultrapassados.
Até o Leonel Pontes, de quem as críticas dizem maravilhas (17 no UEFA Pro- Nível 4; responsável pela formação de muitos jogadores da academia, entre os quais C.Ronaldo; etc) parece apanhado pela onda. É incrível como no jogo com o Rio Ave, o seu primeiro (e, provavelmente, único) jogo no comando da equipa principal, se encolheu. Não teve coragem de mudar nada. Não teve tomates para ser ele próprio, e limitou-se a apresentar uma equipa igual à do Paulo Bento. Como se não bastasse, até as substituições foram as do Paulo Bento, com o mais que provado erro da colocação do Miguel Veloso na lateral.
Neste caso a continuidade não fazia sentido. Leonel Pontes não tinha NADA a perder. Deveria ter mostrado do que é capaz, podia ser que resultasse, mas mesmo que não acontecesse acho melhor ser criticado por fazer do que por não fazer.

Enfim, mas nem tudo é horrível. O sporting tem uma boa base para que se inicie um novo ciclo. Tem uma das melhores academias do mundo, tem meia dúzia de jogadores que pelo que parece gostam verdadeiramente do clube, raro nos dias de hoje. Mas tem, sobretudo, e esta é uma grande vantagem, uma equipa feita em farrapos, o que confere ao próximo treinador quase total liberdade na construção do seu plantel, começando praticamente do zero.
Vamos ver se este tem o Conhecimento e a Visão para fazer o que é preciso fazer.

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Benfica à Benfica

Em grande! É o único comentário possível à forma como o benfica cilindrou o Everton. Aliás à imagem daquilo que tem feito ao longo desta época, com excepção do jogo na Grécia.
Este é de facto um Benfica renascido das cinzas. E não havia melhor altura para isto acontecer. Com a crise que o país vive e a instabilidade que ainda está para vir, este Benfica vem mesmo a calhar para animar o país. E verdade seja dita, é a única equipa e talvez a única entidade a nível nacional a conseguir mecher com tudo e todos. Os ditos 6 milhões são talvez mais, porque há muito pouca gente que seja indiferente ao Benfica. Sobretudo quando está muito mal ou quando está muito bem, como é o caso.

Jesus, o Jorge, é um dos responsáveis por esta mudança. A sua reconhecida méstria táctica, as aquisições e dispensas acertadas e a sua capacidade de liderança têm levado a bom porto. Mas o sucesso não se deve unicamente ao treinador e aos milionários jogadores que o benfica tem conseguido contratar. No meu ponto de vista, a organização do benfica tem sido a chave para o sucesso. Em primeiro lugar, a responsabilização do treinador naquilo que diz respeito à gestão do plantel. Ou seja, Jesus tem no benfica um raio de acção e uma preponderância ao nível daquilo que se vê lá fora, principalmente em Inglaterra, e que só em sonhos seria possível noutros clubes portugueses. Em segundo lugar, um importante distanciamento da parte administrativa da parte técnica. Coisa que não se via anteriormente, com Filipe Vieira muito (demasiado) activo nas decisões técnicas. E, por último, aquilo que quanto a mim foi uma excelente correção relativamente à época passada. A posição de Rui Costa. Por aquilo que era dado a ver, com Quique, Rui Costa intervinha demasiado. Até nos jogos, a sua presença não era de um simples director desportivo. Parece-me que para esta época houve um reajuste, e raramente temos visto Rui Costa perto do banco nos jogos, deixando mais espaço para as pessoas que têm de fazer esse trabalho que não é o dele.

É com grande entusiasmo que vejo este Benfica. O futebol é que sai a ganhar!

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sábado, 17 de outubro de 2009

Beco sem saída

Há alturas em que se a vida de um clube fosse um jogo de computador, muitos não exitariam em fazer um reset e voltar à última gravação. Deve ser assim que se sentem os adeptos do Sporting.
Já vai longe a época, em que com o mal-amado Peseiro, o Sporting jogava futebol a sério. Golos e espetáculo eram garantidos em todos os jogos. Jogadores que hoje se arrastam espalhados por outros clubes eram máquinas afinadas.
Infelizmente, neste nosso país, alguns comentadores têm o condam de influenciar tudo e todos. Isto porque os inaptos mentais que não são capazes de pensar por si próprios são ovelhas muito bem comandadas ao ritmo daquilo que são os interesses desses comentadores e de algumas figuras de dentro do próprio clube.
As decisões que se tomaram em consequência dessas pressões esmagadoras levaram ao estado em que o sporting hoje se encontra. Convém dizer que o que coloco em causa não é o despedimento do Peseiro, mas a forma como foi conseguido.
Este estado de que falo, traduz-se numa equipa medíocre (à excepção de meia dúzia que não chegam para as encomendas), exibições sufríveis, e o mais grave de tudo, um total vazio de ideias e estratégias para o futuro. Estratégias desportivas, bem entendido, porque das estratégias financeiras não falo, por falta de informação, conhecimento e interesse.
É por aqui que quero pegar. Para mim o problema do sporting pode resumir-se a duas palavras: Visão estratégica. Ou falta dela. Passo a explicar. A visão estratégica de um clube passa por definir com clareza alguns pontos que se prendem com o seu desenvolvimento a médio-longo prazo, tais como, objectivos a atingir nas 2/3 épocas que se estão a programar, programa de prospeção interna e externa a ser seguida pela rede de observadores do clube e patamares financeiros passíveis de serem atingidos para reforço do plantel (o que influencia o ponto anterior).
Em todos estes pontos, o sporting apresenta lacunas. Em relação aos objectivos, durante uma só época o sporting é capaz de os mudar 2 ou 3 vezes. No início, o objectivo é ser campeão. Quando a distância para o topo começa a aumentar, então o objectivo já é garantir a presença na champions. Por fim, o único objectivo é ficar à frente do benfica. Isto é um exemplo de má gestão. Os objectivos de um grupo de trabalho devem ser únicos desde o princípio ao fim. Caso contrário como avaliar o exercício? Veja-se o exemplo do Porto. O objectivo é ser campeão, sempre. Quando não o consegue não inventa outros objectivos, simplesmente conclui que não cumpriu o objectivo.

Mas todos os pontos que referi podiam ser agrupados em Visão estratégica interna e Visão estratégica externa.

Em relação à última, tomo como exemplo as opções tomadas para esta última época, que aliás não diferem muito dos últimos anos. O sporting fez então 3 contratações. Boas em termos técnicos (dadas as limitações do plantel). No entanto, foram péssimas na gestão do plantel. Isto porque foram demasiado caras, impedindo o clube de fazer outras contratações que eram estritamente necessárias. A solução passaria por contratar bom e barato. Para alguns, tarefa impossível. Eu diria, acontece aos piores. Contratar bom e barato é possível mas para tal é preciso ter um vasto conhecimento do mercado, principalmente do mercado europeu onde ainda há muito por explorar. Peçam uma mãozinha ao Wenger, que ele talvez dê umas dicas.

Quanto à visão externa, esta tem, obrigatoriamente, que estar ligada à anterior, na medida em que muitas das soluções para os problemas podem efectivamente vir de dentro. Para isso é preciso ter coragem para admitir que o sporting não tem dinheiro e que vai fazer um plantel recorrendo preferencialmente à prata da casa. Coisa que não acontece, isto é, o sporting utilizou nestes últimos anos a academia apenas para desculpar os erros cometidos. Frases como "a equipa é jovem" ou "temos muita imaturidade" não fazem sentido. Porque a aposta nos jovens não é efectiva. Temos vários jogadores jovens no plantel mas não há uma programação que acompanhe o seu crescimento. E nem todos têm o estofo de carriço ou moutinho. É preciso que a formação não termine nos juniores, é preciso acompanhamento a posteriori.

Para finalizar dizer apenas que o Paulo Bento não é o principal responsável. Ele, assim como outros treinadores, são vitimas do sistema dos clubes em Portugal. Sistema este onde a margem de manobra do treinador é ridicula. É o treinador que deve tomar todas as decisões relacionadas com o plantel.

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domingo, 11 de outubro de 2009

Patriotismo de última hora

Foi com enorme prazer e orgulho que vi a forma como a grande parte dos adeptos da nossa selecção se uniram e no momento de mostrar que afinal este ainda é um país de guerreiros, foram até à Luz para gritar por Portugal.
Foi, sem dúvida, um apelo de última hora vindo do interior de cada um. Apesar de todas as desavenças, de todas as desilusões, o amor à selecção e a paixão pelo futebol ainda são como dantes. A grande prova está nos números. 50000 pessoas mostraram que os portugueses acreditam na selecção, mas acima de tudo, mostraram que querem ver a selecção no Mundial de África.

Esta qualificação exigiu muito dos adeptos, naquilo que concerne à sua paciência e sobretudo à crença até ao final. É certo que ainda não estamos lá, mas agora também não é altura para esmorecer. Assim como não o foi em 2007. Para muitos dos esquecidos, em 2007 Portugal também teve de esperar pelo último jogo para se qualificar para o Euro. Nessa altura um empate no Dragão com a Finlândia garantiu a qualificação.
Pode-se defender que ao menos nessa altura Portugal não andou a depender de terceiros até ao fim. Argumento válido. Mas um Mundial é um Mundial! E o que interessa é que nós vamos lá estar!
Se olharmos para o lado, percebemos que a nossa situação não é assim tão inacreditável. A Itália passa quase todas as fases de qualificação com o credo na boca. Tem sempre de esperar até ao fim para poder respirar de alívio. E alguma vez algum italiano colocou em questão a selecção? Não. E sabem porque? Porque depois de já estarem qualificados (independentemente de ser no último jogo ou a 3 jogos do fim) eles são uns dos principais candidatos. E eles sabem disso. O mesmo se aplica à França, entre outros.
Porque não podemos nós ter também esta crença na selecção? Temos sempre que exigir sermos os primeiros? O que conta é aquilo que vai acontecer na África do Sul. Ninguém se vai lembrar da fase de qualificação. Ou alguém se lembra das fases de qualificação das anteriores competições?

No entanto, e apesar do meu optimismo, gostaría de tecer alguns comentários ao estado actual da selecção.
Em primeiro lugar, convém referir que o Sr Scolari, era um mestre naquilo que toca à motivação, disciplina e era de facto extraordinário quando era preciso unir esforços e ultrapassar situações difíceis. O mesmo não se podia dizer da sua (in)capacidade técnica. Aliás, que ficou provada no falhanço ao serviço do chelsea.
Em conclusão, o reinado de Felipão em Portugal resultou em sucesso, porque no intervalo de tempo em que o brasileiro esteve ao serviço da selecção, esta tinha uma base sólida em duas vertentes. A primeira é a vertente de liderança. Jogadores como Figo, Petit, Pauleta, Jorge Andrade, entre outros, garantiam uma estabilidade que está longe da que hoje se verifica. A segunda é a vertente desportiva. Depois do falhanço contra a Grécia no primeiro jogo do Euro, Scolari, inteligentemente, teve o pretexto ideal para remeter para o banco alguns jogadores que claramente estavam a mais, e adoptar por completo a base do Porto de Mourinho (defesa com R.Carvalho e N.Valente, meio-campo com costinha, deco e maniche), adaptando a selecção a um estilo de jogo em tudo semelhante aos dragões.
Todo este conjunto de factores, levou a que a selecção vivesse um período de grande estabilidade. Que Scolari tentou prolongar ao máximo, pedindo a Figo que voltasse para o Mundial 2006. Infelizmente este perído tinha algum dia que acabar.
Este fim coincidiu também com a saída de Scolari da selecção. Portanto convém distinguir estes dois finais bem distintos. A saída do selecionador por um lado e, por outro, a saída de muitos jogadores importantes que levaram ao fecho de um ciclo na selecção.
O começo deste novo ciclo coincidiu com a chegada de um novo selecionador, o Prof. Carlos Queiroz, um estudioso do futebol. Curiosamente, foi com Carlos Queiroz que muitos dos jogadores que levaram Scolari ao êxito tinham começado a sua carreira na selecção.
Coube, durante estes dois anos, ao treinador português a missão de renovar a selecção. E Queiroz teve, quanto a mim, o grande mérito de não ter medo de arriscar. Tomou as suas decisões, umas boas, outras menos boas. Mas tudo o que fez foi pensado, reflectido. Vi nestes dois anos um projecto traçado. Não um projecto para o presente, um projecto para o presente e para o futuro.

É nesse futuro que acredito e confio em Carlos Queiroz como o homem certo para levar Portugal em frente.
Podemos não ter o melhor treinador do Mundo, mas temos um treinador que percebe o futebol tal como ele é.

Força Portugal!

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sábado, 10 de outubro de 2009

Por Portugal

Este espaço surgiu da necessidade que sinto de dar voz ao futebol que vejo. Não a esse futebol que todos comentam, de truques e fintas, craques e vedetas, árbitros e dirigentes. Mas ao que está por detrás desse espetáculo que todos amamos, mas que poucos se esforçam por compreender. Foi sempre isso que me motivou. A estratégia, a tomada de decisão, o trabalho invisível que é, no fundo, aquilo que conduz uma equipa ao sucesso ou ao abismo.

Passei algum tempo a pensar como começar a escrever aqui. Pensei em algumas formas eufemísticas, que hoje estão muito na moda, de dizer aquilo que sinto sobre o futebol em Portugal. Os catedráticos do futebol, que ocupam tempos de antena infinitos e que inundam os media no nosso país, são mestres nisso. O problema é que expremida toda a sua demagogia, o resultado é nulo.
Também podia ter utilizado a técnica da maior parte dos políticos, que sem nada de novo para dizer, se desdobram em campanhas sempre com o mesmo recurso à crítica destrutiva e ao insulto aos adversários na corrida camaleónica pelo poder. Felizmente preso bastante mais os meus principios e o meu gosto pelo futebol, do que esses srs. pelas pessoas que deviam representar.
Ao contrário destes, sinto que sobre o futebol há muito por dizer. Assuntos pelos quais a imprensa, formatada e monotónica, influenciada e corruptível, não se interessa. Não falo sequer dos dirigentes, talvez os maiores responsáveis pelos males do nosso futebol.

Mas a minha visão do futebol não é cinzenta, como até aqui poderia parecer. Como alguém disse, o futebol é o único desporto capaz de juntar um país, de dar cor à vida das pessoas e de separar famílias e amigos.
É esta alegria que temo deixar de ver nos estádios, onde tomam lugar os clubismos irracionais ou um tamanho vazio de ideais e uma necessidade de extravasão das angústias do dia-a-dia.
Para combater esta crise, vejo agora uma renovada aposta de algumas equipas no futebol espetáculo. Valorizando cada vez mais os níveis exibicionais, os golos, a festa e estabelecendo um novo diálogo com os adeptos. É assim que vejo o aparecimento de jovens treinadores nos principais escalões do futebol português. São eles que têm levado a esta mudança e à lufada de ar fresco que sinto atravessar a maioria dos adeptos.

Há ainda muito a mudar. Grandes lutas a travar, algumas internas, as quais têm que partir de dentro dos clubes. Mas outras que nos cabem a nós, adeptos, começar. A primeira é já hoje. Pondo de lado os cepticismos, as discordâncias com o seleccionador, os orgulhos desmedidos e puxando todos pelo mesmo, por PORTUGAL!

Um bem-haja a todos aqueles que guiam o seu calendário pela festa do futebol!

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